<div class="text-justify"><center><figure><img src="https://files.peakd.com/file/peakd-hive/fernandosoder/ntGtx1zy-image.png" alt="image.png"><figcaption>Pôster do segundo filme da franquia "Alien" com Sigourney Weaver</figcaption></figure></center><hr/><p>É como se o ataque do vilão não fosse uma ameaça real e a heroína não tivesse arriscando nada ao enfrentá-lo, ao contrário de clássicos como Alien, Exterminador do Futuro, etc.</p><p>Talvez a resposta esteja em uma regra não-escrita que está dominando novas produções.</p><hr/><blockquote><h4><u>Antes de produzir um filme, tenha em mente a seguinte regra:</u></h4><p>Por causa do Twitter e do "<em>novo jornalismo</em>", é proibido mostrar qualquer situação em que uma mulher possa ser percebida como mais fraca que um homem. O filme pode ficar uma droga por causa disso, mas é melhor do que ter sociólogos de Twitter postando em suas colunas nos jornais grandes sobre o filme ser "<em>machista e problemático</em>". E mesmo que o filme seja criticado pelo público, contará com um monte de sociólogos de Twitter acusando a plateia de ser todo o tipo de adjetivo negativo.</p></blockquote><figure><img src="https://files.peakd.com/file/peakd-hive/fernandosoder/5bE90aIe-image.png" alt="image.png"><figcaption>Pôster duramente criticado pela imprensa por retratar um vilão agindo como vilão.</figcaption></figure><hr/><p>Essa ideia nova de que uma mulher <strong>jamais</strong> pode ser representada como "<em>fraca</em>" bate de frente em um conceito narrativo de séculos chamado "<em>A Jornada do Herói</em>", muito usado para construir narrativas atraentes para quase qualquer público. A ideia dessa <em>Jornada do Herói</em> consiste basicamente em mostrar o desenvolvimento do protagonista e os riscos enfrentados por ele. Geralmente uma narrativa dessas possui alguns aspectos bastante visíveis:</p><ul><li>Início:</li><ul><li>Herói apresentado como uma pessoa comum e pacata.</li><li>Vilão derrota herói de forma humilhante ou causa enorme dano ao ambiente de vida do herói.</li><li>Herói foge para <em>tratar suas feridas</em>.</li></ul><li>Meio:</li><ul><li>Herói treina pesado, adquire armamento, estuda estratégia para derrotar vilão.</li><li>Vilão mostra seu poder e inteligência aumentando e consolidando seu domínio.</li></ul><li>Fim:</li><ul><li>Herói parte para enfrentar vilão.</li><ul><li>Muitas vezes herói não está pronto, mas precisa partir antes que o vilão se torne poderoso demais e/ou ameace companheiros do herói.</li></ul><li>Durante o confronto, herói começa em desvantagem.</li><li>Vilão é derrotado. De preferência sem um <em>deus ex-machina</em>, como um evento completamente arbitrário, uma redução das capacidades do vilão ou aumento das capacidades do herói sem qualquer coerência narrativa.</li></ul></ul><p>Dá pra perceber que as reclamações e acusações promovidas por <em>sociólogos de Twitter</em> batem de frente com a ideia da <em>Jornada do Herói</em> no caso de uma protagonista feminina, pois se em nenhum momento a mulher deve ser apresentada como <em>fraca</em>, eliminando assim a ideia dos riscos que a heroína corre na narrativa.</p><p>Outra noção empurrada é a ideia de não demonstrar imperfeição, pois a personagem feminina precisa servir de modelo ideal para as mulheres do público. A personagem dotada de <em>perfeição divina</em> acaba tendo um outro efeito, que é o de bloquear o sentimento de empatia do público, que não consegue enxergá-la como uma pessoa de verdade, o que prejudica bastante a imersão.</p><p>Além da ideia da protagonista não poder ser apresentada de alguma forma que possa sugerir <em>fraqueza</em>, temos também a representação caricata dos <em>novos vilões</em>, na qual eles são apresentados como incompetentes e com motivações <em>toscas</em>. Isso acaba com a noção de que a heroína estaria correndo algum risco ao enfrentá-lo.</p></div><hr />Se você tiver um voto sobrando...<center><h1><a target="_blank" href="https://hivesigner.com/sign/account-witness-vote?witness=fernandosoder&approve=1">Vote em mim para <i>Testemunha da Hive</i></a></h1></center>